Um erro muito comum para o adepto de aquáriofilia é sofrer do "síndrome de coleccionador" - o desejo de querer um de cada peixe que nos desperta o interesse. Mas isto é uma receita para o desastre. Procure obter conhecimento sobre as características dos animais e foque-se em ter poucas espécies, mas compativeis entre si, e em números adequados:
Se tiver na dúvida se certos peixes podem acabar como alimento para outros, considere que, se couberem na boca de algum deles, é bem provavel que acabem por ser devorados.
Todas as espécies que pretenda manter devem ser compatíveis com os mesmos parâmetros de água e deverá considerar também se a mesma alimentação é adequada a todos ou se terá que a especializar para cada uma das espécies.
De um modo geral as espécies criadas em massa, em cativeiro, são mais tolerantes aos nossos erros, bem como a flutuações na qualidade e parâmetros da água, portanto, sempre que possível opte por animais propositadamente criados para o hobby da aquáriofilia.
De forma a calcular o máximo de peixes a ter no seu aquário poderá utilizar uma norma muito divulgada ao longo dos anos - a de ter pelo menos 1 litro de água por centímetro de peixe no seu tamanho em adulto. Embora esta norma permita dar-lhe uma ideia geral, na realidade, irá depender muito dos peixes, sendo mais adequada para pequenos peixes sociais. Sugerimos que tente perceber qual o máximo de carga biológica que o seu aquário pode manter, e mantenha-se longe desse limite. Lembre-se que todos os peixes são diferentes.
A sobre-população pode gerar uma "bola de neve" difícil de combater, portanto, facilite a sua vida e comece com poucos animais, deixe o tempo e experiência dar-lhe indicações se pode eventualmente adquirir mais ou não.
Pondere as suas decisões e não adquira mais peixes do que consegue manter. Mais peixes, implica que terá que aumentar o volume de comida e por sua vez, de filtragem e/ou regularidade de trocas de água. Ou seja, mais trabalho para si.
Cada peixe deve ter uma área adequada para poder circular, explorar e estabelecer territórios.
Se estiver interessado numa espécie de cardume, entenda que deverá adquirir um grupo de exemplares da mesma espécie. Sugerimos um minimo de 6 mas quanto mais melhor.
Na maioria das vezes, peixes de cardume mantidos em poucas quantidades, acabam por nunca demonstrar os seus comportamentos e cores naturais, revelando muitas vezes atitudes associadas a stress, tal como violência espontânea ou extrema timidez.
Se estiver indeciso relativamente a boas escolhas para um primeiro peixe, sugerimos entre 6 a 12 exemplares de uma espécie pequena de cardume. Tetras, Rásboras, Danios, Whiteclouds, ou Boraras. São geralmente espécies pequenas, adequadas para praticamente qualquer dimensão de aquário, tolerantes a alguma negligência e fáceis de alimentar, aceitando a grande maioria de comida seca existente.
Uma outra alternativa é um pequeno grupo de Endlers, ou Guppys, peixes com muita personalidade, disponíveis com muitas cores e padrões, e também fáceis de manter. No entanto reproduzem-se com muita facilidade, o que pode levar a complicações no futuro.
Peixes de cardume são uma excelente escolha para qualquer aquário. São geralmente muito pacíficos, faceis de alimentar e manter, e compatíveis com plantas e outros peixes.
No mundo da aquariofilia os peixes com melhores cores e aparência exótica, são muitas vezes os peixes mais territoriais, e é particularmente importante estudarmos as suas necessidades de espaço e compatibilidades.
A maioria dos peixes territoriais presentes no hobby pertencem ao grande grupo dos ciclídeos. Alguns exemplos são: os ciclídeos dos grandes lagos africanos, que devem ser mantidos idealmente num aquário biótopo, ciclídeos de porte médio sul-americanos, como os populares escalares, discus e geophagus, e os ciclideos anoes, como os Ramirezi, Kribensis, etc
Mas tambem podemos ver casos de peixes territoriais em outras familias, como os Bettas, Gouramis, Labeos, Badis, e até em certos loricarídeos.
Na nossa experiencia, acreditamos que devemos limitar muito a presença de peixes territoriais num típico aquário comunitário, e devemos ter muita atenção á área disponível para cada um, bem como á presença de esconderijos e refugio.
É muito comum serem escolhidos casais para um aquário, mas nem sempre 2 exemplares é a melhor escolha. Em primeiro lugar, nem sempre é fácil distinguir machos e fêmeas, na idade em que estes estão normalmente disponíveis para compra, E mesmo quando acertamos nos sexos, devemos ter em consideração que quando os peixes estão a querer reproduzir-se, ficam particularmente agressivos, defendendo o seu espaço e prole. Não deixam ninguém aproximar-se, independentemente da espécie. Isto pode resultar em ferimentos, stress, e muitas vezes, na morte de outros peixes.
Como tal, sugerimos que, estando na duvida, comece com apenas um exemplar, ou escolha um grupo mais considerável, como 4 ou 6, dependendo claro, do tamanho do aquário ou espécie.
Os peixes de fundo, que muitas vezes são chamados de "limpa-fundos" ou "limpa-vidros", são na realidade, pertencentes a várias famílias de peixes, com muitas espécies diferentes, cada uma com as suas próprias características, dietas e necessidades.
Na grande maioria das vezes estes peixes são adquiridos pela sua capacidade de comer algas ou de alimentarem-se de comida que caia para o fundo. Mas não pense por um instante que estes peixes não são interessantes. Na realidades é neste grupo que encontramos alguns dos peixes mais peculiares e fascinantes no hobby. Aproveitamos para esclarecer que nenhum peixe alimenta-se de fezes!
Deixamos alguns exemplos de peixes normalmente vistos nas lojas, e as funções pelos quais são que normalmente adquiridos:
Como pode ver por esta lista, estes peixes podem variar muito nas suas características, e é necessário sempre alguma pesquisa sobre o peixe ideal para o seu aquário. Quando na duvida, consulte a sua loja de especialidade.
A forma como decora o aquário é algo que deverá estar diretamente associado aos requisitos de cada espécie.
A maioria das espécies tradicionais de aquário de água doce vivem perfeitamente bem com solos inertes, como as comuns areias e areões de rio. Até mesmo com plantas artificiais e decorações de fantasia, desde que a qualidade da água seja sempre mantida. Deverá no entanto ter atenção que as decorações artificiais são potencialmente mais perigosas, no que diz respeito á capacidade de ferir os peixes, de reter ar no interior ou de libertar tinta e químicos para o aquário se não forem da melhor qualidade. Além disso, as plantas e decorações naturais trazem inúmeros benefícios para os peixes, não sendo tão difíceis de manter como possa pensar.
Praticamente todas as espécies apreciam algum tipo de esconderijo, seja para efeitos de reprodução, para se refugiar de algum peixe territorial, ou simplesmente para descansar. Um aquário densamente plantado, e que tenha alguns pontos onde se possa cortar a linha de visão, como rochas ou troncos são boas opções.
Algumas espécies de peixes preferem águas com PH e dureza de água mais específicas, e nestes casos as decorações que escolhermos também desempenham um papel importante. Existem solos próprios que conseguem alterar estas características, bem como alguns tipos de decorações naturais.
Por exemplo ciclídeos africanos tipicamente necessitam de água dura, com um PH alto, e é muito comum vermos aquários com pedras calcárias, e solos á base de coral morto, que libertam gradualmente sais e minerais para a água, mantendo-a com as características desejadas.
Um exemplo oposto é por exemplo de peixes de pântanos e águas escuras. Estes geralmente habitam habitats com um PH bastante baixo, com água com muitos tâninos e componentes orgânicos (água amarelada). Nestes casos costumam-se utilizar substratos próprios, e decorações á base de raízes, tronos e derivados orgânicos - tais como folhas secas, sementes ocas, cascas de árvore, etc.