As luzes que escolhemos para os nossos aquários são um aspecto muito importante, não só como necessidade para as plantas, e de certa forma para os animais, mas por ser o principal factor para a beleza de um aquário. Mais luz permite-lhe ver mais cores, mais elementos e detalhes.
Pode no entanto ser um tema bastante complexo e técnico. Mas vamos tentar resumir este tema ao essencial.
Sim. Não de muita, mas precisam. Tal como nós, os peixes utilizam os seus olhos para identificar comida, perigo, abrigo e outros peixes. Sendo inclusive importante para a reprodução, pois ajuda na identificação de ideais parceiros. Muitos peixes possuem cores e barbatanas extravagantes, exactamente para "dar nas vistas". Não é necessário uma luz forte para proporcionar o que será adequado aos peixes. Mas certamente agradecem uma quantidade razoável.
Sim! As plantas utilizam a luz para o processo de fotossíntese e para se desenvolverem de forma saudável. Quanta luz? Depende. Cada planta tem os seu requisitos, e devemos ter em consideração uma série de factores. Por exemplo, se aplicar-mos fertilizantes ou CO2, as plantas vão utilizar melhor a luz do que num aquário sem estes elementos.
A luz é geralmente um elemento determinante e limitador na capacidade de crescimento das plantas. Pode até correr o risco de ter luz a mais para as plantas que tem. Muita da luz que não é devidamente aproveitada pelas plantas, pode ser utilizada pelas algas, e até ser um factor inibidor para as plantas.
Neste momento existem dois tipos de tecnologias de iluminação predominantes nos aquários - Iluminação Fluorescente e Iluminação LED.
A tendência actual é para o aumento na procura e oferta de LED's, devido principalmente ao seu baixo consumo no que diz respeito á relação Lumen por Watt. No entanto as lâmpadas fluorescentes também têm algumas características que agradam a muitos aquaristas.
Principais Vantagens de Iluminação Fluorescente:
Principais vantagens de Iluminação LED
Luzes fluorescentes sofrem também uma perda de luminosidade com o tempo mais significativa de que LED's, sendo sugerida a substituição das lâmpadas de 2 em 2 anos, ou até antes, podendo variar consoante o modelo.
Algo que distingue muito estas duas tecnologias é a sua eficiência em transformar energia eléctrica em luminosidade. Uma luminária LED que consuma a mesma potência que uma luminária fluorescente, irá emitir entre 3 a 10 vezes mais luz.
Em primeiro lugar deverá ter em consideração o propósito dessa luz. Se o objectivo for apenas iluminar peixes, provavelmente qualquer luz branca, que lhe pareça bem ao olhar, mesmo se for de fraca potência, será tudo o que necessita. Se o objectivo é ter luz para plantas, ou até mesmo corais, já deverá considerar alguns pontos adicionais.
Potência
A potência é geralmente associada a uma maior capacidade de iluminação. No entanto, como já verificámos, esta relação varia muito conforme a tecnologia. Mais potência significa também uma maior despesa na sua factura de electricidade. Portanto, procure uma boa relação entre potência e as restantes características da iluminação.
Lumens e Lux
Lumens (lm) são a unidade de medida de fluxos luminosos. Dizem respeito á radiação de luz emitida por uma fonte, em relação aos seus limites de comprimentos de onda. É uma unidade de medida frequentemente referida nas luminárias para aquário, e um dos pontos chave para avaliar a capacidade do equipamento em produzir luz.
Lux (lm/m2) diz respeito á relação de uma fonte de iluminação com o seu meio ambiente. Dentro de um determinado espaço a luz chegará a vários pontos de formas diferentes. Certas marcas dão estas indicações para passar uma noção geral de como a luz é difundida.
PAR
Iniciais para Radiação Fotossintéticamente Activa (Photosynthetically Active Radiation) - os indices de PAR revelam a capacidade de uma luz em fornecer a um organismo, iluminação útil para realizar o processo de fotossíntese. Esta indicação, é provavelmente a mais importante para avaliar se uma luz é adequada para plantas e corais. Infelizmente nem sempre é apresentada pelas marcas de iluminação.
Kelvins (K) e nm (λ) Resumidamente Kelvins e nm (nanómetros) dizem respeito á temperatura e comprimento de onda de cor, e servem como indicativo de qual a cor da luz emitida.
No que diz respeito ao comprimento de onda, as plantas utilizam todo um espectro de luz, com especial foco nas ondas a rondar os 440nm e os 680nm, coicidente com o espectro visivel. É importante compreender que, ao concentrar-se em obter um comprimento de ondas específico focando-se em determinadas cores, pode acabar com uma luz pouco atractiva para o nosso olhar.
Relativamente á temperatura de cor, as plantas respondem melhor a espectros semelhantes á luz do sol, ou seja, a rondar os 5000k/6000k. Muitas lâmpadas têm a indicação de valores abaixo como sendo Branco Quente (Warm White), e acima como sendo Branco Frio (Cool White). Muitas dos sistemas de iluminação para aquário possuem espectros um pouco acima, de forma a compensar a natural coloração amarelada que surge com o tempo através da matéria orgânica presente.
Luz RGB ou Branca para plantas?
Quando falamos de luzes led, muitas vezes somos confrontados com configurações muito diferentes. Alguma luzes podem conter leds apenas brancos, outras com muitas cores diferentes, outras até permitem alterar a cor de cada led. Mas quais são as melhores para as nossas plantas? Este é um tema um pouco controverso, e, para variar, a resposta é "Depende".
Algo que é muito importante compreender, é que o mais importante para a planta é receber uma quantidade adequada de fotões, ou seja, receber incidência de luz, independentemente da cor. Não adianta ter luz de cor A ou B, se a planta está á sombra, ou recebe luz de forma pouco uniforme, ou insuficiente.
Estudos cientificos comprovam que as plantas utilizam todo o espectro de luz visivel e mesmo invisivel (infra-vermelhos, UV-A e UV-B) para o crescimento e fotossíntese. Existem indicativos que utilizam niveis ligeiramente superiores nos comprimentos de onda que interpretamos como de cores quentes, vermelhos, laranjas, etc. No entanto todos os comprimentos de onda são utilizados.
A prevalência excessiva de cores, como por exemplo, azul, pode até ser inibidor ao crescimento, alterando a morfologia da planta, em altura, grossura, densidade das folhas, grossura do caule, etc. O que pode ou não ser desejável.
Muitos fabricantes vendem a ideia de que as suas luzes são melhores porque têm leds coloridos, e como tal, um espectro mais completo. Mas isto é uma meia verdade. Sabe o que tem espectro completo? Luz branca!
Vamos reflectir: Quando apontamos uma luz branca, por exemplo de 6500k, para um objecto vermelho, conseguimos ver a sua cor, porque o comprimento de onda, reflectido do objecto em direcção aos nossos olhos, é interpretado pela nossa visão como correspondente á cor vermelha. E isto é válido para todo o espectro de luz visível.
Ao substituirmos um led branco por um outro, por exemplo, de cor azul, estamos a substituir um comprimento de onda mais amplo, por um focado apenas na cor azul. Isto pode ser desejado, ou não, dependendo do objectivo. Se quisermos ter uma "saturação" maior em certas cores, por exemplo: se tivermos peixes ou plantas vermelhos, podemos desejar ter alguns leds vermelhos, o que vai sobressair mais essa cor, em deterimento de outras. Mas isto é mais uma questão de atractividade estética, e não uma necessidade.
Muitas luzes RGB conseguem fornecer um bom equilíbrio de brilho e saturação, mas em momento algum deverá avaliar uma luz de leds só brancos como não sendo boa para plantas, com base em não ter leds de cor. Como já verificámos, a cor não é um factor necessário ao crescimento. Se encontrar uma luz branca, com um bom indice de PAR, bem construida, com uma boa aplitude de incidência de luz e que ilumine bem todo o aquário, não a troque por outra RGB, que seja inferior nestes pontos.
* Abaixo um gráfico que revela a energia absorvida pelas plantas e utilizada para fotossíntese perante vários comprimentos de onda
Utilize sempre um temporizador
Ter a nosso cargo a responsabilidade de ligar e desligar manualmente a luz do aquário, é uma garantia de que, mais tarde ou mais cedo, vai acabar por ficar ligada ou desligada por esquecimento. Isto provoca um desequilíbrio no ecossistema levando ao enfraquecimento das plantas ou até a uma explosão de algas. Fornecer ao aquário um período fixo de luz, que simule noite e dia, é essencial. E permite-lhe verificar se está a dar luz a menos ou a mais ao aquário, e ajustar conforme necessário.
Adquirir um temporizador permite-lhe programar a hora de ligar e de desligar de forma automática, e não tem que se preocupar mais com as luzes do aquário. Um básico temporizador analógico pode custar menos de 5€ e faz uma grande diferença.
Pense na luz ao comprar um aquário com medidas não-standard
A não ser que compre um kit de aquário, em que a luz é feita a pensar no aquário em questão, poderá deparar-se com uma oferta de luminárias que não se ajustam ás medidas do seu aquário. Evite comprar um aquário que não corresponda ás dimensões standard normalmente disponíveis. As luzes para aquário são construídas a pensar nas medidas mais comuns, geralmente com intervalos de 20cm entre si. Por exemplo: se adquirir um aquário com 70cm de comprimento, poderá verificar que a oferta de luminárias é predominantemente com menos de 60cm ou perto de 80cm, ficando numa situação em que nenhuma das opções acaba sendo ideal.
Como identificar uma boa luz
Ao procurar por uma boa luz procure pelo índice de radiação fotossintética (PAR). Quando esta informação não estiver disponível, procure pelo índice de Lumens. Se não encontrar nenhuma destas informações, mas conseguir ver a luz em funcionamento, se esta lhe parecer ter uma boa intensidade e uma tonalidade natural, e agradável á sua vista, provavelmente será adequada. Procure uma luz que espalhe bem a luminosidade por todo o aquário, que aparente ser robusta e bem construída, com boa relação de consumo e emissão de luz, e , preferêncialmente que seja resistente a humidade e a exposição directa á água.
Procure sempre um equilibrio entre Luz, Fertilizantes e CO2
Ao adquirir uma luz para as suas plantas, tenha em consideração que deverá adequar a fertilização e injecção de CO2 á intensidade e período de iluminação. Quanto mais luz fornecer ás suas plantas, mais fertilizante e CO2 deverá também dosear. Utilize a iluminação como factor limitador para o equilíbrio no aquário. Este equilíbrio é também crucial para evitar ter algas fora de controlo.
Mantenha correctamente o equipamento
Recorde-se que um sistema de iluminação é um dispositivo electrónico, sujeito aos mesmo problemas que qualquer outro aparelho. Evite expôr o equipamento directamente á água, ter cabos esticados ou torcidos, e certifique-se sempre que a estrutura está segura. Idealmente coloque a luz acima de tampas de vidro, principalmente se esta não for á prova de água. Evite também colocar objectos por cima da estrutura.
Atenção ás sombras
Se tiver tampas em vidro por baixo da iluminação, limpe essas tampas regularmente, pois é comum acumularem calcário e sujidade que bloqueia a difusão da luz. O mesmo ocorre com a placa transparente da própria luminária. Lembre-se também que plantas flutuantes, e plantas e decorações altas, bloqueiam a passagem da luz para o fundo do aquário.